Fazes-me bater o coração com serenidade.
És a calma, a ternura.
Fazes-me bater o coração com tranquilidade.
Ao teu lado estou bem.
Não há depressão nem ansiedade.
Vivemos num presente perfeito.
Fazes-me bater o coração com serenidade.
És a calma, a ternura.
Fazes-me bater o coração com tranquilidade.
Ao teu lado estou bem.
Não há depressão nem ansiedade.
Vivemos num presente perfeito.
Quando o sol se põe até que o sol nasce, trabalhamos.
Parecemos novos escravos de tempos que pensamos distantes.
Tempos dos nossos avós e avôs, pais e mães.
Tempos de uma ditadura que ainda se encontra presente.
O chicote para com o trabalhador.
Trabalha meu menino, se não fores escravo outro será por ti.
Depois ficas sem dinheiro, sem vida.
Tens de te escravizar.
É isto que os arautos da nação santificados pela nossa fé querem.
Novos escravos.
Na solidão da noite
Estando sozinhos
Escutamos, vemos e asseguramos pessoas e bens
Numa ronda solitária
O chefe vem de chicote
Chicoteia-nos e nós parecemos estátuas.
É a arma dele, qual caçadeira de dois canos pronta a disparar.
Se adormeces, não recebes.
Se adormeces, não recebes.
Chicoteia-nos sem parar.
Não temos tempo para respirar.
A ansiedade de falhar rouba-nos a quietude.
No fim a culpa é nossa.
Não soubemos lidar com a situação.